
Cleveland, julho de 1983, nos Estados Unidos. Após ser operado do coração, o então presidente João Figueiredo faz sua primeira caminhada de recuperação. Ao seu lado, a mulher dona Dulce, o ajudante de ordens major Dourado, o médico doutor Salmito, o amigo Gazale e outros assessores.
Uma das maiores características do general Figueiredo era a franqueza. Costumava falar o que lhe vinha à cabeça, mesmo em situações pouco confortáveis. Demonstração disso foi o que disse segundos depois dessa foto aí, na mansão em que se recuperava da cirurgia a que foi submetido. Era na capital de Ohio o principal centro hospitalar para cardíacos. O presidente foi para lá porque os médicos constataram a necessidade imediata da implantação de pontes de safena. Em torno de trinta jornalistas ficamos em Cleveland por mais de um mês. Afinal, era notícia o perigo que corria a vida do presidente do Brasil. Aconselhado pelo Secretário de Imprensa, ministro Carlos Átila, o João saiu para – com um passeio pelos jardins – mostrar seu estado saudável. Ao aproximar-se de nós, o repórter Merval Pereira, meu companheiro de Veja, fez a inevitável pergunta de como se sentia. No seu melhor estilo, Figueiredo respondeu: - Me sinto um peru de Natal, com o peito todo costurado. Orlando Brito.
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