terça-feira, 28 de abril de 2009

Ontem ao Luar


Hoje João Pessoa passou por dois apagões e no segundo, por volta das oito da noite, como não tinha muita coisa pra fazer resolvi olhar para a beleza do céu que nos abençoa todos as noites e que perdemos a possibilidade da visualização devido luminosidade das cidades. Confesso que fiz uma digressão ! Belo como sempre o Cruzeiro do Sul, guiando navegantes, tentando em vão, se aproximar das Três Marias...Revivi os meus melhores dias da infância em jaguaribe. Alí não havia o que temer. Brincava solto na rua e com o único compromisso e chegar em casa antes da nove, tomar banho e lanchar, antes de dormir. Cultivo a amizade muitos amigos daquele tempo mas nos vemos pouquíssimo. Lembrei de uma música de Catulo da Paixão Cearense que tocava no rádio do meu avô, sempre na voz de Vicente Celestino, que embalava o meu sono. Bons tempos que não voltam mais. Brincávamos de garrafão,barra bandeira,cuscuz,futebol,voley,jogo de botão, carrinho de formula um, feito de lata de óleo,pião,coruja e faziamos dinheiro com carteira de cigarro. Hoje, os meninos vivem presos em casa, jogam vídeo game,computador,orkut e sempre vigiados pelos pais. Como disse Mário Lago; "Eu daria tudo que tivesse pra voltar meus dias de criança, eu não se pra quê que a gente cresce se não sai da gente esta lembrança"






ONTEM AO LUAR




Ontem ao luar
Nós dois em plena solidão
Tu me perguntaste
O que era a dor de uma paixão
Nada respondi, calmo assim fiquei
Mas fitando o azul
Do azul do céu a lua azul
Eu te mostrei, mostrando a ti os olhos meus
Correr sem ti uma nívea lágrima e assim te respondi
Fiquei a sorrir por ter o prazer de ver a lágrima
Dos olhos a sofrer
A dor da paixão, não tem explicação
Como definir o que só sei sentir
É mister sofrer, para se saber
O que no peito o coração não quer dizer
Pergunta ao luar, travesso e tão taful
De noite a chorar na onda toda azul
Pergunta ao luar, do mar a canção
Qual o mistério que há na dor de uma paixão
Se tu desejas saber o que é o amor e sentir
O seu calor o amaríssimo travor do seu dulçor
Sobe o monte a beira mar ao luar
Ouve a onda sobre a areia lacrimar
Ouve o silêncio a falar na solidão do calado coração
A pena a derramar os prantos seus
Ouve o choro perenal
A dor silente universal
E a dor maior que é a dor de
Deus Se tu quiseres mais saber a fonte dos meus ais
Põe o ouvido aqui na rósea flor do coraçãoposte a inquietação da merencórea pulsação
Busca saber qual a razão
Por que ele vive assim tão triste a suspirar...a palpitar...desesperação
A teimar de amar um insensível coração
E a ninguém dirá
No peito ingrato em que ele está
Mas que o sepulcro fatalmente o levará

2 comentários:

  1. Achei muito boa ouvi com Vicente Celestino, mais acho que a musica é de Catulo da Paixão Cearense

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  2. Babinho, voce tem razão...Realmente a musica é do Catulo mas ficou imortalizada com o Vicente Celestino

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