
Lembro que na minha infância existia as quadrilhas de São João no bucólico bairro de Jaguaribe. Ia para casa de seu Oliveira que no terreno ao lado tinha uma palhoça, que se chovesse molhava tudo mas nem assim se parava, onde o trio de forró era contratado com uma antecedência de pelo menos seis meses. Meninas com vestido colorido e meninos com bigode pintado de carvão, camisa quadriculada e calça remendada no joelho. Luiz Gonzaga, Genival Lacerda,João Gonçalves, Trio nordestino, e, posteriormente, Alcimar Monteiro, Assisão, Jorge de Altinho, Eliane, Flávio José e outros mais da nossa cultura, que não sai da lembrança.
De um tempo pra cá observo bunda de forró, isso mesmo, não é banda de forró. É uma apelação sexual com musicas feitas só pra vender sem se preocupar com a cultura, com a família e com a memória. Calçinha furada, Avião do horror, Catemba de Coco, Sirí com Tody e outros bichos do mesmo nível.
Como diz Marilete, já vi o começo mas prefiro aguardar pra ver o fim. Já vi o sertanejo tomar o Brasil e agora se resume a importância que tem. Um dia o axé embalou até funerál e ta com a chama em decadência e pelo visto o defunto deste funeral é esse famigerado forró elétrico.
Escutei que Caruarú saiu na frente de Campina Grande e já tratou, para este São João, de fechar a porteira para os empresários das bundas de forró, pois foi uma grita geral a pedir que se voltasse às origens. Não tenho um gosto requintado e escuto de tudo. Gosto de ver criações, mente trabalhando e a caneta funcionando mas já estava na hora de se parar com essa loucura de rimar melão com mamão, calçinha com pracinha, coisas apenas para enricar empresário.
Façamos juntos uma reflexão e busque na sua memória um grande sucesso do Avião do Horror de quatro anos . Mas quem não se lembra de Asa Branca, Severina xique-xique, etc...?
Parabéns a organização dos festejos de Caruarú.
Viva a cultura popular nordestina!
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