segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O TEMPO NÃO PÁRA


Ontem passamos o dia todo em casa e Simone me chamou para irmos na casa dos meus pais pois já fazia quase um mês que estavamos ausentes daquele que é sempre um dos melhores momentos das nossas vidas. Ao chegarmos somos sempre bem recebidos por todos, onde Babinho e Gusta sempre fazem questão daquela conversa bacana e sadia. Dona Augusta sempre tem uma comida pronta e diga-se de passagem com um tempero de primeira. Seu Mário na sua rede a dormir mas quando menos esperamos ele se levanta e vem falar de assuntos diversos, passando sua experiencia de vida que muito tem nos ajudado. Gusta pegou Gabriela pelo braço e foi ao parque, que logo entrou na cama elástica. Depois sobrou para mim que fui pro tiro ao alvo com Marinho e em seguida ao cavalinho, novamente com Gabriela. Voltamos pra casa e comecei a me lembrar da minha infancia. Lembrei da Festa do Rosário que ficava na frente da Igreja do mesmo nome, em jaguaribe, na Av. Primeiro de Maio, nas proximidades de onde hoje é o Centro Administrativo. Tinha muitas canoas e o parquinho era movido na manivela. Tinha a maçã do amor, pipoca e o jogo de argolas. Em Cruz das Armas, iamos a Festa das Hortencias, próximo ao Clube Internacional. O interessante era o leilão que se fazia de um simples galeto assado que chegava a valer dez vezes mais que o normal. A preço de hoje o ganhador pagava quase R$100,00 só pra ter o prazer de dizer que tinha dado o maior lance e que ao mesmo tempo teria ajudado a Igreja de São José. Contudo, a melhor e maior de todas as festas era a Das Neves. Essa era de se esperar o ano todo. Usava-se a melhor roupa ! Acredito que todo mundo da minha geração, e olha que ainda sou o garotão, passou pelos corredores nas proximidades do colégio Águia, Pio XII e Nosssa Senhora das Neves. Naquele época éra bom demais. Não existia violencia e se tinha a certeza da volta para casa. Lembro como se hoje fosse que quando a nossa João Pessoa completou 400 anos a atração maior foi a cantora/dançarina Gretchen . O palco estava na frente da Catedral e não cabia mais uma viva alma. De repente lá vem uma kombi furando a multidão e um camarada que estava ao meu lado quase rasgou a garganta gritando... - "Lá vem a Grete. Lá vem a grete. Lá vem a grete.". Foi um rugi-rugi daqueles e por pouco a danada não conseguia subir no palco. Ao fim, a confusão pra ela sair foi ainda maior. Tinha uma passarela por sobre a entrada do viaduro Damásio Franca e que permitia o passeio até o Palácio da Redenção. Não dou de conta de lembrar quantas vezes se fazia o arrodeio começando no Cinema Municipal, na Visconde de Pelotas, passando pelo Pio XII e seguindo na Gal. Osório chegava-se novamente até a Praça João Pessoa. Me vem na memória o malabarismo que se tinha que fazer para driblar a multidão. Infelizmente a ação deletéria do tempo tudo apaga e transforma. Hoje, para levar Marinho e Gabriela no parque que fica na frente da casa de Babinho e Gusta temos que ficar atentos. Formamos um verdadeiro exército de olheiros. Nos oferecemos a desculpa de tomar um ventinho na calçada mas na realidade, eu, Babinho, Gusta,Simone e Magno ficamos mesmo e na atenção necessária pois a coisa não tá pra brincadeira. Sem contar que nos dias que Matheus, Mirela e Júnior estão presentes, soma-se aos soldados espiões o meu irmão Márcio e minha cunhada Socorro, a grande autoridade do principado da Penha.

Um comentário:

  1. É Mário fiz também minha viagem pelo tempo ao ler esse texto.

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