José Flores de Jesus, aliás, Zé Kéti, um dos sambistas mais celebrados do Brasil, não teve um fim de vida confortável. Em sua vasta obra musical estão preciosidades como “Acender as Velas”, “Máscara Negra”, “Diz Que Fui Por Aí”, “A Voz do Morro” e “Opinião”, samba que deu nome ao memorável show do Teatro Opinião em 1964. Morreu de falência múltipla dos órgãos, em 1999, aos 78 anos.
Como foi – Pois é... Autor de sucessos inesquecíveis viu diminuir as chances de trabalhar nas noites cariocas. Estive com Zé Kéti em 1991. Fui fotografá-lo para o livro “Senhoras e Senhores”, parte de uma bolsa que ganhei da Fundação VItae. Foi Em 1991, quando ele decidiu mudar-se para São Paulo. Morava de favor no quartinho de um minúsculo apartamento da Rua Augusta, cedido por uma amiga que batalhava até a madrugada. Durante o dia, estendia na cama o paletó xadrez para desamarrotá-lo enquanto lustrava os sapatos. Por volta da meia noite saía para os botequins da Boca do Lixo, onde cantava para os boêmios as músicas que compôs, em troca da sobrevivência.
Orlando Brito.
Máscara Negra
Composição: Zé Keti-Pereira Mattos
Quanto riso oh quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando
Pelo amor da colombina
No meio da multidão
Foi bom te ver outra vez
Está fazendo um ano
Foi no carnaval que passou
Eu sou aquele pierrô
Que te abraçou e te beijou meu amor
Na mesma máscara negra
Que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval
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