quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Tiririca, o Cacareco do século 21




Não tenham a menor dúvida: o palhaço Tiririca vai ser o fenômeno eleitoral deste ano no Brasil. Parece brincadeira, mas é sério.  Sempre que começa o horário eleitoral na televisão, eu me posto atentamente frente à tevê para observar os dois ou três primeiros programas.

Não há nada mais engraçado de se ver. É incrível como as pessoas deixam a imaginação correr solta, se tornam criativas e brincam com aquilo que deveria ser muito sério.
Depois do terceiro programa, quando os personagens começam a se repetir, levo a sério e desligo a televisão com o estômago embrulhando.
Leio hoje entrevista do Tiririca na Folha, onde ele confessa que não sabe mesmo o que um deputado faz, mas que tem se aconselhado muito com a mãe. E confirma o seu slogan, no qual realmente ele acredita: “Com Tiririca, pior do que tá não fica!”
Até gostaria de acreditar. Só que com ou sem Tiririca, eu acredito que pode piorar. O que parece uma brincadeira agora, é um sério comprometimento de futuro.


A eleição por si só de Tiririca poderia ser encarada com bom humor, como um voto de protesto, como foi o caso do Cacareco. Só que ele será um puxador de votos no partido e trará consigo, para ficar num exemplo, o deputado Waldemar da Costa Neto, aquele do mensalão que renunciou para não ser cassado. Isso é sério.



Mas como acreditar na seriedade da política, quando se ouve a declaração de Michel Temer, candidato a vice na chapa da Dilma, afirmando, sem ficar vermelho de vergonha, que “Não há essa coisa de partilha de cargos. O que o Pmdb vai fazer é colaborar. O partido repudia essa coisa de fisiologismo.”

Pelo amor de Deus! O Pmdb repudiar o fisiologismo???


Cacareco – Na inauguração do zoológico de São Paulo, em 1958, a grande atração era o rinoceronte Cacareco, emprestado pelo zoo do Rio de Janeiro.

A época coincidia com as eleições municipais da Capital paulista.

O governador do Estado era Adhemar de Barros, conhecido pelo slogan rouba mas faz. Os 450 candidatos a vereador tinham nível baixíssimo. Como o Cacareco estava na crista da onda, o jornalista Itaboraí Martins lançou a candidatura do rinoceronte à vereador.

Lançou e pegou. Na época, a votação se fazia por cédula impressa. Logo, começaram a circular cédulas do Cacareco.
Na apuração, não deu outra: Cacareco foi o mais votado, com cerca de 100 mil votos. O segundo candidato chegou aos 95 mil. O rinoceronte ficou tão famoso que no carnaval de 1960 foi marchinha de muito sucesso "Cacareco é o maior", com esta letra:



Ca-ca-ca-ca-re-co
Cacareco, Cacareco é o maior
Ca-ca-ca-ca-re-co
Cacareco de ninguém tem dó
Eu encontrei o Cacareco
Tomando chope com salsicha e rabanada
Mas lá no bloco da vitória ele gritava
Aqui, Gerarda, aqui, Gerarda.


Se Você quiser ouvi-la, clique no linque abaixo:
http://www.kboing.com.br/carnaval/1-47685/

Fonte: http://blogdomariomarinho.blogspot.com/

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