quarta-feira, 18 de julho de 2012

" QUANDO O PILANTRA ASSUME O LUGAR DO JORNALISTA "

" QUANDO O PILANTRA ASSUME O LUGAR DO JORNALISTA "







Num momento em que mais uma eleição bate à porta, clama pela vigilância a perceptibilidade a avivar no internauta a importância de estar atento ao que é evacuado sem o menor escrúpulo com a cristalina intenção de fisgar quem se permite estar alheio à rasteira vassalagem. Disfarçado de jornalista, cinicamente, o pilantra puxa-saco entra em cena e permuta a ética intrínseca à arte. Qualquer esmola untuosa serve ao objetivo sujo de entorpecer para afagar egos. Para cumprir a baixa missão. E óbvio: tentar jogar na vala comum adversários dos chefes valendo-se de "jornalismo" vendido. De aleives.

Ironicamente, todavia, a desfaçatez do pilantra é, digamos assim, mais uma piada do processo eleitoral. Assim como sempre surgem candidatos que provocam risos no eleitor simplesmente por aparecer no vídeo, há quem seja ridicularizado por se vender. Aliás, a babação em política já é por demais conhecida. E se renova a cada eleição.

O cínico pensa que subestima a inteligência alheia, mas, na verdade, serve é de gozação não apenas pelas asneiras que escreve sem amparo na lógica, na ética e no bom senso, mas também pelo descompasso com as regras gramaticais. Note-se que desmoraliza o baixo empregado não apenas quem lhe paga, mas, sobretudo, quem o reconhece com o que o senso comum denomina "pau-mandado". Um cidadão descaradamente vendido. Pronto a dar recados. A escrever descartando a imparcialidade dos sábios. O espelho da desfaçatez sobrevive, literalmente, da forma baixa que abraçou, e ainda nutre a sensação de ser formador de opinião. Não enxerga que sem preparo, sem a bagagem cultural necessária para tal incumbência, só consegue persuadir mesmo mentecapto.

Juízo exposto, convido o internauta a uma reflexão: o que dizer de um "jornalista" que não se assume como assessor de qualquer político ou empresário (sério ou não) disposto a lhe pagar para dar recado, censurar e malhar adversários, mentir, delirar, escrever besteiras, bancar ‘Mãe Dinah´... tudo isso, óbvio, à custa do embrutecimento de parte do eleitorado? Aquela parcela da sociedade para a qual pensar soa artigo de luxo? Há dinheiro que justifique jogar a dignidade pela janela, ao abrir mão de escrever o que, de fato, se pensa em sintonia com a verdade factual, para ser caixa de ressonância de mentiras para agradar qualquer um disposto a pagar-lhe pelas borras? E o que dizer de assinar textos alheios para assumir o recado? Quanta infelicidade somada. Ao ler tais absurdos, não falta, por certo, internauta a ironizar: "hoje, não foi ele quem escreveu. O texto está bem feito e quase não tem erros de português". Sem comentário.

Ressalve-se que a falta de vergonha não tem nada a ver com os sérios jornalistas e radialistas que são assessores de imprensa assumidos de políticos ou órgãos públicos. Os que recebem seus vencimentos de forma oficial como servidores. Estes são honestos - com eles próprios e com a sociedade. A pecha de picareta, pilantra anexa o rosto de quem ganha dinheiro por baixo do pano para enganar a sociedade, mas pousa de sério, imparcial. No fundo, não passa de um deplorável garoto de recado. Um babão mentiroso. O Ministério Público Eleitoral deveria encontrar mecanismo para impedir a indecência.

Infelizmente, em ano de eleição o problema se acentua, e todo cuidado é pouco com o que se lê. Há quem ganhe dinheiro à custa da ignorância dos que não distinguem jornalismo de "recadismo" - podridão que só interessa ao patrão e ao seu vassalo. Prática nociva à sociedade. Sempre. Sobretudo porque será que a cegueira permite recusar dinheiro oriundo de corrupção, mesmo num país onde crianças morrem de fome? Onde os idosos, em sua maioria, não têm uma aposentadoria decente? Onde um pai de família, quando tem a felicidade de ter um emprego, muitas vezes, percebe um misero salário mínimo? Onde... Que nada. O vassalo, via de regra, quer receber "o seu", e não se importa a origem do "tutu".

Não nutro o mínimo de orgulho por chamar a atenção do internauta para este tipo deplorável de atitude. Delatar uma pessoa que adota a rotina de vida do "não importa o que faço, importa o que ganho" não me faz bem. Realmente, não escrevo este texto com prazer. Mas o faço por dever de ofício. De justiça. Nem todos os jornalistas são iguais. E o internauta precisa identificar o trigo para jogar fora o joio.

O internauta precisa também prestar muita atenção ao que ler nesta eleição. Insisto. Há interesses escusos. Não pode se permitir assinar em baixo de qualquer juízo sem antes fazer uma reflexão. Ler juízos de outras pessoas sobre o mesmo tema para, assim, formar a própria opinião. Não se deve importar o imprestável. É preciso, sobretudo, observar o passado de quem está a ajuizar para perceber se há sintonia com a imparcialidade. Se tem moral para dar opinião. Estar esperto não é o bastante, mas não deixa de ser um bom início para desmascarar qualquer malandro pronto a se dar bem ludibriando.

P.S. O que o pilantra talvez não saiba é que o patrão, seja em um mesa de bar ou numa sala fechada, costuma delatar o empregado a terceiros. O faz, às vezes, às gargalhadas. Zomba mesmo sem piedade pelo fato dele se vender com tamanha facilidade. Deplorável.


Texto do Jornalista Joedson Telles - joedsontelles@gmail.com
Fonte: Site: Universo Político PÁGINA UNIVERSO POLITICO
Foto: Imagem da internet

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