domingo, 10 de dezembro de 2017

MEUS IDOS QUE NÃO VOLTAM MAIS.


Ontem, lá no Zé Américo, me surpreendi com um menino de uns dez anos brincando de empurrar um carrinho. Quase tomei um susto. Hoje o comum são crianças com celular na mão jogando e vendo só Deus sabe o quê. Puxei conversa e o nome dele é Danilo. Aliás, uma figura. Lembrei dos meus idos que não voltam mais. Pegava lata de óleo Judite e fazia carro de fórmula um. Os pneus eram caibros que cortava e depois fixava com arame. Latas de Leite Ninho, uma amarrada na outra, se transformavam numa potente carreta. A buzina era no gogó mesmo. Não era raro um pneu de fusca, com dois cabos de vassouras entrelaçados, virar um carro ao ser empurrado rua acima e rua abaixo. Pra fazer corujas bastava poucos palitos de coqueiro, uma folha de papel, além da linha que eu pegava da maquina de costura que tinha em casa. Já pra colar bastava pegar maizena, colocar um pouco d'água e esquentar. Era melhor que um tubo de cola Tenaz. A gente chamava essa alquimia de goma. Tempo bom danado. Como diz Tião Lucena: "ótimo demais".

Esse "admirável mundo novo" é mais ou menos. Bom mesmo era o que não volta mais. Mas é sempre assim: o que perdemos é que faz falta

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