Sexta-feira recebi uma ligação do meu amigo/irmão, desde inicio da infância ,o Ido, me dando conta da morte do seu Júlio. Antes de passar uma mensagem de conforto, pois tratava a noticia do falecimento do seu genitor, me veio uma sensação de agradecimento a tudo que é mais sagrado nesta existência.
Como alguém pode achar motivos para agradecer e sorrir diante da morte de outrem? Principalmente quando o falecido é o pai de vários amigos seus. Quando o falecido é um homem de bem e que participou de forma efetiva da sua formação moral e intelectual.
Agradeci a Deus pelo passamento material do Sr. JÚLIO FERREIRA DE LIMA , pois pela primeira vez em meus 42 anos de vida percebi com clareza que um ciclo completo se cumpriu. Entendo que nascemos, morremos, renascemos ainda e progredimos sempre, assim é a lei, mas nem todos fazem o dever de casa da forma correta. Com o Seu Júlio não. Este seguiu os desígnios de Deus.
Quando nos conhecemos eu ainda era muito pequeno e adorava ver o pai dos meus amigos jogando vôlei na frente da sua casa. Ele era um amante da juventude e acho que até por isso reunia sempre em sua casa uma gama de peladeiros. Sua casa era nossa casa e, diga-se de passagem, sempre tinha um prato na mesa para quem quisesse fazer uma boquinha. Muitas vezes fiz das suas carambolas o meu lanche da tarde.
Acompanhei muitas fases da sua vida, desde aquela casa de uma água só, que tinha um tanque na frente onde fazíamos de piscina, até a “puxada” que criou um novo ambiente para ampla cozinha com pilastras similares a de uma fortaleza. Fazendo uma digressão me lembro dos tempos de JULIMAR, empresa de negociação de sargaço em Cabedelo, para onde fui por vários finais de semana. Recordo que o primeiro jogo de microlampadas de natal que vi em uma arvore foi na casa deste incansável homem que após se aposentar parecia até que de manhã desmanchava um móvel de casa só para ter o pretexto da montagem à tarde.
Vibrou com a o sucesso dos filhos. Formou todos! Conduziu sua vida da forma mais correta e coerente. Viveu e deixou viver! Sofreu um inevitável golpe do destino que foi o desaparecimento daquela que o acompanhou na alegria e na tristeza. Lacrimejei junto, ainda no cemitério, quando proferiu as últimas palavras ao seu verdadeiro e único amor( Dona Maria)dizendo; “ Vai em paz... O céu hoje ta em festa”.
Pois é...Sobram as lembranças, ficam os exemplos. O que dizer diante da ação deletéria do tempo. Poderia falar que o tempo é o senhor da razão ,mas prefiro plagiar aquele que me serviu de farol e guia......" VÁ EM PAZ...O CÉU HOJE TÁ EM FESTA!”
* Foto das Bodas de Ouro de Sr. Júlio e Dona Maria.
que coisa linda
ResponderExcluirMuito bom. Parabens
ResponderExcluirMarinho que lindo o que você escreveu sobre o meu pai. O mundo diz:" morrer o homem fica a fama", eu falo, morre o homem fica o testemunho; o que comentar diante do que voce falou a respeito do meu pai? Sem palavras, as lágrimas teimosamente vieram aos meus olhos. Não de emoção mas de gratidão a Deus por ter me dado como pai o senhor JULIO FERREIRA DE LIMA.Quando conversávamos eu falava pra ele, quando eu casar eu quero um marido igual ao senhor, e Deus me ouviu. Vou fazer 25 anos de casada no dia 17/01/2012, e meu marido ainda me acorda com um beijo, me dá café na cama e ainda me manda flores, mas não é isso que está em pauta. Diante de tantas palavras que não são meras palavras, tenho certeza que brotou do seu coração para expressar tanto carinho. Muito pouco ou pequeno demais pra lhe falar nesse momento que fui conhecedora dessa mensagem, o meu intelecto ou o meu vocabulário é muito insignificante nessa hora, eu só posso dizer,:"MUITO OBRIGADO MARINHO", que o Senhor Jesus retribua em bençãos espirituais a voce e toda sua familia. Jesus te abençoe. E vejo que aquele menino, lindo, meiguinho, continua vivo dentro de ti.Fica na benção! Jeanne
ResponderExcluirToda arrepiada, digo: Missão cumprida pra outros também... como a minha mãe.
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