
Para os mais antigos, recordações. Para os mais jovens, conhecimento e desgosto por não serem mais antigos. A entrevista concedida ao Jornalista Josélio Gondim por HOSANA é impagável. Foi publicada em 1978. HOSANA foi a grande dama do cabaré em João Pessoa. Vale a pena conferir. Como é longa, a entrevista será enviada em 4 partes. Leiam na ordem.
A Dama do Cabaré
"Eu ajudei a criar
alguma gerações na Paraíba - diz, com certo
orgulho, Hosana Oliveira Dantas"
Seus gestos são os de uma dama. Suas respostas, as de uma pessoa a quem a vida ensinou que nem tudo o que se sabe pode ser dito. Aos 68 anos, Hosana Oliveira Dantas, ou simplesmente Hosana, é uma mulher que se diz feliz, se mostra sensível mas sobretudo é uma mulher cuja história tem partes íntimas - íntimas mesmo! - com a história de muitas das figuras que hoje ocupam lugar de destaque na política, nas artes, no jornalismo e na boemia da Paraíba.
De família importante, os Dantas, de Teixeira - o que a notabilizou, entretanto, não foi seu parentesco com o advogado João Dantas que, em 1930, assassinou o Presidente João Pessoa. O que a tornou protagonista de inúmeros episódios da vida desta cidade foi o brilho e o luxo de sua casa, um estabelimento montado na Rua Maciel Pinheiro e que, na década de 50, acabou se transformando no endereço certo para quem necessitava de algumas horas de prazer.
"Eu ajudei a criar algumas gerações na Paraíba, diz Hosana, com orgulho de quem conviveu com a nata de João Pessoa. Em sua casa, podia se encontrar, diariamente, empresários, secretários de Estado, escritores, médicos famosos e os inevitáveis estudantes universitários, que para lá se dirigiam na certeza de poder desfrutar agradáveis momentos na companhias de amigos e, principalmente, junto às "meninas" de Hosana.
Inaugurado em 1950 com a presença do cantor Nelson Gonçalves, numa noite de festa inesquecível, a Casa de Hosana, na Maciel Pinheiro, não foi, entretanto, o seu primeiro cabaré. Antes, ela já havia conseguido algum sucesso na Rua da Areia, onde com a ajuda de amigios importantes montou o seu primeiro estebelecimento. "Eu cheguei em João Pessoa no final de 1945, com 18 anos. Vinha do Rio Grande do Norte, onde morava com meu marido, Gerôncio Bernardo. Depois que a gente se separou, resolvi morar aqui e passei 8 dias hospedada no Hotel Pedro Américo. Ainda vivi alguns dias na casa de um tio, mas sai de lá porque estava me sentindo humilhada."
Foi nesta época que Hosana arranjou seu primeiro emprego. "Foi Edson Ribeiro Coutinho" - conta ela - " quem falou com Zé Caldas, dono do restaurante O Luzeiro, que ficava ali, perto dos Correios. Passei 8 anos como garçonete e, nesse período, fiz muitas amizades." Naturalmente, além dos pratos, a garçonete Hosana servia também alguns sorrisos aos seus fregueses e, surpreendeu-se quando João Raposo, um dos frequentadores, lhe chamou a um canto e perguntou: "Você não quer botar uma hospedaria?"
A Dama do Cabaré
"Eu ajudei a criar
alguma gerações na Paraíba - diz, com certo
orgulho, Hosana Oliveira Dantas"
Seus gestos são os de uma dama. Suas respostas, as de uma pessoa a quem a vida ensinou que nem tudo o que se sabe pode ser dito. Aos 68 anos, Hosana Oliveira Dantas, ou simplesmente Hosana, é uma mulher que se diz feliz, se mostra sensível mas sobretudo é uma mulher cuja história tem partes íntimas - íntimas mesmo! - com a história de muitas das figuras que hoje ocupam lugar de destaque na política, nas artes, no jornalismo e na boemia da Paraíba.
De família importante, os Dantas, de Teixeira - o que a notabilizou, entretanto, não foi seu parentesco com o advogado João Dantas que, em 1930, assassinou o Presidente João Pessoa. O que a tornou protagonista de inúmeros episódios da vida desta cidade foi o brilho e o luxo de sua casa, um estabelimento montado na Rua Maciel Pinheiro e que, na década de 50, acabou se transformando no endereço certo para quem necessitava de algumas horas de prazer.
"Eu ajudei a criar algumas gerações na Paraíba, diz Hosana, com orgulho de quem conviveu com a nata de João Pessoa. Em sua casa, podia se encontrar, diariamente, empresários, secretários de Estado, escritores, médicos famosos e os inevitáveis estudantes universitários, que para lá se dirigiam na certeza de poder desfrutar agradáveis momentos na companhias de amigos e, principalmente, junto às "meninas" de Hosana.
Inaugurado em 1950 com a presença do cantor Nelson Gonçalves, numa noite de festa inesquecível, a Casa de Hosana, na Maciel Pinheiro, não foi, entretanto, o seu primeiro cabaré. Antes, ela já havia conseguido algum sucesso na Rua da Areia, onde com a ajuda de amigios importantes montou o seu primeiro estebelecimento. "Eu cheguei em João Pessoa no final de 1945, com 18 anos. Vinha do Rio Grande do Norte, onde morava com meu marido, Gerôncio Bernardo. Depois que a gente se separou, resolvi morar aqui e passei 8 dias hospedada no Hotel Pedro Américo. Ainda vivi alguns dias na casa de um tio, mas sai de lá porque estava me sentindo humilhada."
Foi nesta época que Hosana arranjou seu primeiro emprego. "Foi Edson Ribeiro Coutinho" - conta ela - " quem falou com Zé Caldas, dono do restaurante O Luzeiro, que ficava ali, perto dos Correios. Passei 8 anos como garçonete e, nesse período, fiz muitas amizades." Naturalmente, além dos pratos, a garçonete Hosana servia também alguns sorrisos aos seus fregueses e, surpreendeu-se quando João Raposo, um dos frequentadores, lhe chamou a um canto e perguntou: "Você não quer botar uma hospedaria?"
GRANDE AMOR - Hosana vivia pensando em ter a sua própria casa, mas ver ao amigo que não tinha dinheiro para tanto. "Não tem importância", disse Raposo, "a gente faz uma cota aqui e lhe ajuda". De fato, poucos dias depois, Hosana encontrou a casa que queria na Rua da Areia, e foi falar com o seu proprietário, Flaviano Ribeiro Coutinho. "Ele me disse que não se importava, mas recomendou que eu fosse falar com d. Celeste, a sua esposa. Eu fui e ela me alugou o prédio". era o início de uma nova vida e, não foi fácil. "Depois do meu marido, com quem me casei aos 15 anos, o meu grande amor foi João Lins, propritário do Engenho Corredor, de Pilar. Pois bem! Nós tínhamos começado um caso quando eu ainda era garçonete. Ao saber que ia montar uma hospedaria, ele acabou tudo. Nós ficamos sem nos falar, mas pouco antes dele morrer, a sua esposa mandou me chamar e eu fiz as pazes com ele, no leito de morte".
Excelente, isso é pura história de vida.
ResponderExcluirParabéns pela iniciativa.
Araújo