Luiz Luna*
O tempo não perdoa quem não toma as atitudes corretas no momento adequado. Logo nos primeiros anos de estudo se aprende a lei da ação e reação. Quando as mágoas se acumulam, as consequências são imprevisíveis. Portanto, adverte o ditado popular que é preciso pensar (e bastante) antes de se falar/agir. Quando se adquire consciência do erro, a ação mais acertada é pedir perdão e dispensar o cuidado necessário para que não se caía em nova tentação.
Nossa educação peca quando nos inibe de expressar de forma adequada nossos sentimentos. Somos disciplinados a esconder nossa verdadeira vontade. O medo se apodera de tal forma de nosso espírito que, muitas das vezes, deixamos de vivenciar bons momentos e, com o tempo, perde-se o conceito do que realmente é a felicidade. Complicamos o que é simples. Desconfiamos peremptoriamente daquilo que nos parece bom. Julgamos por fragmentos, quando somente a análise de todo o contexto, durante um lapso temporal razoável, é que poderia abalizar nossas opiniões.
No entanto, não devemos nos culpar de nossas falhas de comportamento, tampouco sobrecarregar nosso semelhante com tamanha insensatez. Jamil Albuquerque, autor do livro “Como Lidar com Pessoas” alerta para a complexidade do tema e, principalmente, para sermos razoáveis em nossas atitudes. Ponderar se faz necessário. Sermos amorosos, com o próximo e com nós mesmos, abre a janela da alma. Conservar um sorriso, mesmo nos momentos difíceis, ajuda na dura, mas saudável, tarefa de bem viver. Desenvolver uma mente de mestre exige sacrifícios. Aqui e acolá nos deparamos com a regressão. Então, mais uma vez, desconfiamos de que não estamos seguindo o caminho correto.
O certo e o errado possui conotações diferentes para cada ser. Os aspectos culturais possuem influência pujante. Precisamos nos libertar das amarras da ignorância, aniquilar os limites do preconceito. Desconfiar sistematicamente dos conceitos que nos apresentam como imutáveis. A história tem nos ensinado que vivenciamos tempos de mudança. A inovação acontece na velocidade da luz. A informação, instantânea, e o tempo, abrupto, confundem a mente, tolhem as atitudes, inibem o pensamento e acariciam o medo. Muitas vezes clamamos perdão quando a história que pesa em nossas “costas” já se perdeu no tempo, fragmentou-se no esquecimento. O outro ser há muito deslumbra novos horizontes, descobriu que a vida é maior do que os traumas que às vezes o passado insiste em ressuscitar. No entanto, a mente sábia, sintonizada com o positivismo e o desejo de continuar feliz, não se deixa enganar, tampouco confundir.
Então, prossegue, aprende, desaprende e se encanta com o ciclo da vida. É possível amarmos quantas vezes acharmos que podemos. A mente alcança o infinito... O coração possui ramificações que nossa mente desconhece. O maior perdão que podemos visualizar é aquele concedido pelo Criador em oração, meditação, fé ou outra forma de devoção. Aí também não pode haver o grilhão do medo e do preconceito que impedem que a criatura possa revelar seu regozijo para com as maravilhas de sua criação.
Quando nos perdoamos - às vezes faz tão bem ficarmos sozinhos diante do espelho, mas nada supera o bem-estar de uma boa companhia -, havendo a devida conexão espiritual entre Deus (ou outra forma de crença) e nosso espírito, descobre-se que a vida é uma sucessão de idas e voltas. Peca-se para aprender. Tudo tem seu preço! Liberta-se perdoando. Consagra-se recebendo perdão. Nesse caso, perde totalmente a importância o perdão vindo da alma egoísta, fechada em sua própria existência e sem consciência que nascemos para distribuir amor, notadamente, amor fraternal. Precisamos, efetivamente, reaprender a perdoar(nos)...
* Jornalista. Bacharel em Direito. Especialista em Gestão Pessoas.
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