Prezado Mário,
Vou tentar lhe repassar mais dados sobre este prédio. Eu nasci em dezembro de 1947, na casa de nº 102, da rua Peregrino de Carvalho, em frente à então Biblioteca Pública do Estado (onde morei até 1959), imóvel esse que na década de 1960 foi demolido para dar lugar à antiga Farmácia do IPEP. A casa de nº 102, tinha como vizinha, à esquerda, o Palacete da família do Dr. Nelson Carreira, que por volta de 1956 foi alugado, ali sendo instalado o Imperador Hotel, que veio a servir de hospedagem para o Dr. Ulisses Bularmaqui, engenheiro encarregado daquela construção. Essa pessoa, de saudosa memória, por conta da vizinhança e da sua afinidade com o movimento musical, logo ficou muito amiga de minha família, de forma que, menino levado e curioso, assisti, de forma privilegiada, os primeiros passos da obra, desde a demolição do antigo imóvel que serviu de sede da Delegacia de Trânsito de João Pessoa (que em 1954 mudou-se para o Castelinho localizado na Praça Bela Vista, no início de Cruz das Artes, imóvel ainda hoje existente), bem como da escola de Música "Antenor Navarro", que era dirigida por minha falecida mãe, Luzia Simões Bartolini. O terreno e a construção ali existente pertenciam ao Estado, tendo sido repassado ao IAPB no Governo de José américo de Almeida, com a contrapartida de que todo pavimento térreo, da Av. General Osório (correspondente ao quarto andar, contado da Praça Aristides Lobo), seria destinado àquela Escola, coisa que no futuro não veio a se concretizar, por conta dos meandros das gestões públicas, motivada, principalmente, pela unificação dos antigos Institutos de Previdência, promovida pelo governo militar, que decretou a extinção do IAPB, dentre vários outros Institutos de Previdência. E, foi justamente por isso, que os apartamentos só vieram a ser entregues aos seus proprietários no ano de 1967, ficando totalmente esquecida a contrapartida objeto do repasse do Governo da Paraíba ao finado IAPB. Pelo projeto dessa obra, se não me falha a memória, aquele Instituto ficaria com os três primeiros andares das construção, vez que a entrada principal do imóvel seria justamente na sua face oeste, voltada para a acima referida Praça Aristides Lobo (lembre-se que ali existe uma espécie de "hall", o qual deduzo que nunca foi utilizado). Com relação se o prédio foi ou não projetado para ter garagem, não afirmo com certeza, porém acho que não, pois naquela época, ainda se desconhecia qualquer problema com relação ao trânsito, já que pouquíssimas pessoas eram possuidoras de carro, em nossa cidade. Por conhecer bem a estrutura do "18 andares" (pelo menos no seu início), tendo diversos amigos que ali já residiram, concordo com você quando afirma a respeito do vislumbre da sua cobertura, considerando ainda que a família do zelador do prédio tenha sido a mais aquinhoada da obra, já que ali foi edificado um apartamento destinado a sua moradia, isso sem falar na amplitude do pavimento vazado, localizado, se não me engano, no quinto andar.Além dos problemas referidos por você, três coisas também devem ter contribuidos para afuguentar os moradores. A primeira, está no fato de que os elevadores ali instalados (dois para cada bloco), sempre foram problemáticos, servindo concomitantemente a dois andares isoladamente, cujo acesso se faz através de dois vãos de escada, que ao que me parece nem possui corrimão; a segunda, eram os constantes apagões, deixando os moradores e usuários não só presos nos elevadores, como dificultando o acesso pelas escadas, já que o primeiro pavimento residencial corresponde ao sexto andar da Av. General Osório; a terceira, se consistui mesmo na falta de garagem. Por fim, apesar de todos esses problemas, o Edifício Presidente João Pessoa, o famoso "18 Andares" ainda é um marco em nossa cidade. E, para bem se compreender os problemas nele existentes, deve-se levar em consideração que esta edificação foi concebida há meio século atrás, cujos conceitos de engenharia, funcionalidade, moradia, bem estar, urbanização, dentre outros, eram bem mais diferenciados dos concebidos nos padrões de hoje. Esperando haver dado um pequeno contributo para a história desse grande marco de nossa linda cidade, envio-lhe o meu fraternal abraço. Cordialmente,
Edgard Bartolini Filho
Voc~e poderia me dar mais informaões sobre Luzia simões bartolini é para minha tee de doutoramente obre a música na Paraíba..
ResponderExcluirEstimada Vânia,
ResponderExcluirEspero que voce esteja bem ao receber este.
Infelizmente não tenho dados sobre a pessoa que voce me questiona. Contudo, observei no google que foi homenageada, tendo o seu nome em uma rua no bessa.
Outrossim, quem me forneceu aquelas informações sobre o 18 andares foi o Edgar Bartolini, que pode ser da mesma familia. Abaixo te informo o e-mail dele.
bartolinifilho@gmail.com
Boa sorte,
Mário
Caríssimo.
ResponderExcluirGostaria de saber se possui algumas fotos antigas do referido prédio, estou fazendo um resgate histórico dele, pois sei que já a algum tempo, no térreo há disponibilidade de tratamento odontológico à população e tenho interesse em saber desde qdo isto acontece e fotos da época.
Agradeço sua atenção.
Mirla Ribeiro
Estimada Mirla,
ResponderExcluirInfelizmente não tenho mas voce pode manter contato com o Edgar Bartolini ( bartolinifilho@gmail.com ) que acredito possa te passar maiores detalhes sobre o 18 andares. Boa sorte. Mário
Amigo!
ResponderExcluirAgradeço muito sua atenção e colaboração.
Abraços
Estou lendo isso agora porque precisei de um tratamento odontológico e em minha busca por clinas cheguei aqui e fiquei maravilhado com o texto do Sr. Edgard Bartolini Filho relatando um pouco da história dessa linda cidade bem como um prédio em questão. Parabéns ao blog. Quanto a Luzia Simões Bartolini, estudei em uma escola que leva esse nome...fico feliz de saber que ela foi reconhecida pelo seu trabalho desempenhado na nossa história. Abraços.
ResponderExcluirKleyton Ferreira Correia
Mário, o senhor sabe informar se Ulisses Bularmaqui também é o arquiteto do prédio do antigo Hotel Tropicana, que fica na rua Dom Carlos Coelho com Rua das Trincheiras? Eu tenho umas plantas originais de estudo preliminar do edifídio, nas quais tem uma assinatura com o nome Ulisses... O senhor lembra se o edifício do antigo hotel foi construído antes ou depois do 18 andares?
ResponderExcluirEstou fazendo um projeto de requalificação do Topicana e gostaria de saber mais sobre suas origens...
Com os melhores cumprimentos,
Marina
Fico muito feliz em vê esse tipo de texto. Sou neto de um dos primeiros moradores desse edifício. Fato que muito me orgulha. Sei que ele foi construído por uma empresa Francesa mas gostaria de conhecer mais estudos sobre ele.
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