A militância política, aquela que também é chamada de rafaméa, mundiça,
cheira ovo, burro de carga e chaleira, deveria atentar para um detalhe para ver
se vale a pena continuar se matando feito soldados em plena guerra: depois de
eleito, seu líder o convida para alguma coisa?
Convida não. Nem para a festa da posse, que é comemorada em ambiente
fechado, de acesso restrito e vigiado, só entrando lá quem tem senha ou convite
por escrito.
Durante a campanha o candidato é povão. Depois dela, povo chique. Sempre
foi assim e sempre será.
Lembro que quando certo governante foi eleito, ele que assou a bunda
andando na cacunda de Naná Montenegro, comemorou num sobrado medieval ao lado
de um restrito e selecionado público. Mas não foi só ele não, os outros também,
todos eles, sem tirar nem por.
O militante é o idiota que troca tapas, facadas, dá e leva tiros, se
rasga no meio da rua, perde a mulher, leva chifres, vai preso, carrega
bandeiras e faixas pelas passeatas, recebe dedadas naqueles lugares
misteriosos, esquece de comer, perde o emprego por abandono, mas só tem
serventia durante a campanha. Depois dela, vira coisa imprestável, lixo,
sucata.
Vendo esses militantes de Campina Grande decretando verdadeira guerra no
meio da rua, fico a imaginar o destino deles, dos dois lados, a partir de
segunda-feira. Vão todos ser esquecidos. O vencedor e o perdedor, ambos na vala
comum dos descartáveis, enquanto os lá de cima, os alvos de suas idolatrias,
cuidarão de se arrumar, empregando em postos chaves aqueles que financiaram as
suas campanhas e tratando eles próprios de ajeitar a vida da família, porque de
bêstas não têm nada.
Eu já fui do time dos idiotas. Lá no meu sertão carreguei faixas e bandeirolas
para certo candidato, fiz passeata, até comícios, mas quando viajei para a
cidade grande e procurei um achego no poder dele, recebi de volta uma banana.
Aprendi depois de algumas
cabeçadas que não vale a pena se matar por politico. A maioria, 99,9 por cento calça 40. O bom
mesmo é mangar deles, dizer que vota num e não vota em nenhum. Eles nos enganam
a vida toda, portanto merecem ser enganados também. Uma vezinha ao menos.
* Texto do jornalista Tião Lucena
Você precisa colocar um aplicativo de compartilhamento...apesar de ser a pura verdade, rachei de ri com esse artigo! Muito bom!
ResponderExcluirTatiana, existe um aplicativo para compartilhar... Na parte superior tem o o nome "mais" e uma seta. Basta clicar que será feito o compartilhamento.
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